2. História da Ergoftalmologia
Ao completar 75 anos de existência da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, é preciso não esquecer que a Oftalmologia em Portugal, como especialidade, começa com o decreto de 8 de Agosto de 1889 e a criação do Curso teórico-prático de Oftalmologia liderado pelo Dr. Gama Pinto, Professor em Heidelberg.
Até aqui, muitos médicos portugueses se notabilizaram na prática da Oftalmologia, entre eles Pedro Hispano, Plácido.
O interesse pela Ergoftalmologia também nunca foi descurado.
O aspecto social e condições laborais esteve sempre presente, dado a visão ser o sentido mais importante na execução de todas as tarefas relacionadas o com meio exterior.
A Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses foi uma das primeiras a interessar-se pelas condições laborais dos seus funcionários, em especial dos maquinistas.
Entre os nomes de Oftalmologistas destacaram-se: Prof. Lopes de Andrade, Prof. Aníbal Viola, Prof. João Ribeiro da Silva (Introdutor dos testes Cromáticos e da Campimetria de Goldmann), Dr. José Quintela e Dr. Armando Rezende Rodrigues. Posteriormente a Aviação e Condução Automóvel seguiriam o exemplo.
Em 1822 é fundada a Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa.
Na Sociedade de Ciências Médicas por volta de 1926 ou 1927 (1) aparece um dos primeiros agrupamentos de médicos Oftalmologistas dedicados à Ergoftalmologia em toda a dimensão do seu significado designando-se «Oftalmologia Social» - Sociedade Portuguesa de Oftalmologia Social.
(Ergoftalmologia. Rodrigues, Resende. In: Oftalmologia Portuguesa do séc XX. António Castanheira Dinis) Foi seu secretário geral Dr. Mário Moutinho, juntando à Ergonomia da Visão e Oftalmologia Ocupacional a Traumatologia Ocular nos desastres e doenças no trabalho.
A Oftalmologia Social teve também em Henrique Moutinho um grande entusiasta que apresentou o livro “Traumatologia Ocular nos desastres do trabalho” em 1943.
Em 1965 é criada a Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho.
De 1956 a 1980 publicou-se a «Revista Portuguesa de Oftalmologia Social» e teve como colaboradores: Alexandre Katz, Artur Fernandes, Artur Moniz, Carlos da Maia, Cláudio Seabra, Eduardo Albarran, Elmano Vendrell, Fernando Alves, Iriarte Peixoto, João Eurico Lisboa, João dos Santos, Jorge Landeiro, Jorge Monjardino, Monteiro Grillo, Paulo Ramalho, Pompeu Moreno, Resende Rodrigues, João Ribeiro da Silva e outros.
Em 1966, durante o XXth Congresso Internacional de Oftalmologia e 1o simposium internacional de problemas de oftalmologia em medicina industrial (1st International Symposium on Problems of Industrial medicine in ophthalmology) Hans Jurgen Merté criou o termo Ergoftalmologia para baptizar o Grupo de Estudos de medicina ocupacional em oftalmologia.
Em 1974 é criada a 14o Secção, Sociedade Portuguesa da Oftalmologia Social.
O interesse pela Ergoftalmologia começa a alargar-se levando à realização «1o Encontro de Oftalmologia Ocupacional e Ergoftamologia» realizado em Coimbra por Alfredo Rasteiro e Resende Rodrigues.
Em 13 e 14 de Maio de 1998 realizou-se durante VIII Congresso Europeu de Oftalmologia, o XII Simpósio Internacional de Ergoftalmologia, sob a presidência de Godinho Ferreira, sendo o secretário Resende Rodrigues.
Em 1998, durante o Congresso Português de Oftalmologia é proposta na Assembleia Geral a formação dum Grupo de Ergoftalmologia.
É apresentado por Fernanda Querido.
A proposta é aceite com: 66 votos a favor, 8 contra e 16 13 2 brancos. (acta número 114).
Em 1999 a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia sob a direcção do Prof. António Castanheira Dinis tem pela primeira vez um Coordenador do Grupo de Ergoftalmologia: Fernando Bivar Weinholtz.
O principal objetivo, era então, divulgar os problemas de Ergoftalmologia e da Subvisão dado esta última não se compreender em toda a dimensão, sem ter conhecimentos profundos de Ergoftalmologia.
Aquando do X Congresso Europeu de Oftalmologia, realizado em Milão, o Dr. Bívar esteve presente na reunião do Grupo Europeu de Ergoftalmologia onde constatou estarem preocupados com a pouca aderência à Ergoftalmologia.
Dada a subvisão ser a mais recente das subespecialidades o Dr. Bívar propôs que se juntassem as duas.