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6.1 Estão os Carros Mais Seguros? Da Carroça aos Automóveis Mais Sofisticados.

Até ao virar do século, o carro era considerado uma praga, principalmente por quem andava a pé ou a cavalo. As leis eram severas para os chauffeurs pioneiros até mesmo na França, onde havia um clima mais liberal para o automóvel.

Existia uma lei francesa que punia o motorista, e não o cavaleiro ou o cocheiro, se um cavalo se assustasse com um carro e provocasse um acidente.

Na Pensilvânia, Estados Unidos, tentaram aprovar uma lei que obrigava o motorista a soltar foguetes de iluminação a cada milha da estrada, para avisar os cavaleiros e cocheiros de sua ameaçadora aproximação.

Os inventos que eram incorporados no automóvel não eram especificamente inventados pensando nele. Como o motor a gás de Lenoir (1860), o carro a vapor do austríaco Siegfried Markus (1874) e motor de quatro tempos do conde alemão Nikolaus Otto (1876).

Em 1886, Carl Benz apareceu nas ruas da tranquila Mannhein, na Alemanha, com uma novidade absolutamente imprestável para a época. Um triciclo a motor que fazia apenas 13 quilómetros por hora, enquanto um cavalo modelo 80 corria quatro vezes mais.

Em 1885, o engenheiro Gottieb Daimler, que trabalhara com o conde Otto e inventara uma bicicleta de madeira motorizada, que chamava de “montaria”. Montado nela, o esperto Gottlieb cobrira os 3 mil metros de uma estrada alemã, a velocidade de 6 Km por hora.

As reacções tanto ao veículo do Benz quanto a bicicleta de Daimler (fig.1), não foram precisamente as que os inventores esperavam.

Enquanto o povo chamava de “monstrinhos” à Montaria de Daimler (que era “capaz de sacudir ate a medula e os ossos...”), as autoridades de Mannheim proibiam Carl Benz de sair às ruas com seu triciclo. E, para garantir o cumprimento da ordem, chegaram a colocar um guarda de prontidão na frente casa do inventor.

O “carro” de Benz era apenas um motor a explosão que movimentava um triciclo de dois lugares. Quem transformou esse negócio em uma maquina mais ou menos útil foram os franceses Rene Panhard e Emile Levassor.

Em1891, puseram o motor na frente e criaram a transmissão por correntes, a embraiagem e a caixa de mudanças iniciado o esquema mecânico. A oficina Carl Benz, lança um carro com quatro rodas alguns meses depois do triciclo.

Michelin introduziu os pneus. Panhard fabricou a primeira carroceria fechada. Dietrich Bolle teve a ideia do pára-brisa.

Em 1889 ,Gottlieb Daimler inventou o pedal do acelerador. Era de madeira e de onde as expressões. ”senta a bota” e “pé na tabua”.

Em 1899, Renault apareceu com o eixo de transmissão de energia do motor para as rodas traseiras. O que tornou os carros menos barulhentos.

Dado o progressivo aumento da velocidade dos veículos faz com começassem a aparecer leis. Na Inglaterra a velocidade máxima era 6 Km por hora. Não satisfeitas, as autoridades inglesas aprovaram ainda a “Lei da Bandeira Vermelha”, que obrigava todo motorista a mandar um ajudante sessenta pés a frente do carro, alertando os pedestres com um pano vermelho. Mas parece que essa legislação não existia para proteger o cidadão a pé. O objectivo verdadeiro era a integridade dos automóveis.

Além disso, os carros faziam barulho e espalhavam fumaça fedorenta. A descarga era livre, e as rodas, eram as de uma carruagem com 1 metro de diâmetro.

Apesar de os automóveis terem já pára-brisas, não implicava que o seu condutor procurasse recorrer a óculos protectores dos fumos e poeiras resultantes do tráfico.

No Congresso de Higiene de Blackpool, Inglaterra, um certo Sir James Brown subiu à cátedra e sustentou que o automóvel enlouquecia. Para o médico inglês, as vibrações das grandes velocidades embaralhavam a matéria cerebral.

Em 1904, a Cadillac lança o sistema anti-roubo.

Em 1906, o modelo da Vauxhall surge de forma a que o chauffeur tinha de sentar-se na parte de cima (e na traseira) do veículo (fig.2), como faziam habitualmente os cocheiros das caleches.

Tanto que as leis drásticas caíram depois de 1906, quando os americanos inventaram o mais importante componente do automóvel até então: o pára-choques.

Os americanos inventaram a linha de montagem, o carro com telefone e motor de arranque, que dispensou a manivela e tornou o volante acessível às mulheres.

Primeira descrição de acidente em Portugal com um automóvel: “ O 1º veículo chegou a Portugal em 1895, tratou de um Panhard-Levassor (fig.5). Foi adquirido pelo Conde de Avilez e logo na 1a viagem, entre Lisboa e Santiago do Cacém, ocorreu o primeiro acidente de viação em Portugal que foi um embate contra um animal”.

D. Afonso irmão do Rei D. Carlos, amante de carros e velocidades, o irmão mais novo que era também Bombeiro voluntário – corria pelas ruas da cidade aos gritos :«Arreda, Arreda!», para que lhe saíssem da frente. Isso valeu-lhe o cognome : o Arreda.

Curiosidades:

- A Mercedes manteve o travão de pé até há pouco tempo.

- A introdução do stop na retaguarda dos veículos deve-se ao facto da parte central do olho mais propriamente a retina ser mais sensível ao vermelho, encurtando o tempo de reacção à travagem em cerca de 0,2 segundos.

- Um pouco mais perifericamente a retina tem uma sensibilidade maior para luminância e para o eixo amarelo-azul.
Por esta, a razão a luz da reserva de combustível é amarela, o que facilita a sua percepção- quando acende apercebemo-nos dela sem estar olhar na sua direcção

- Mostradores ergonómicos:
E em relação ao eixo amarelo-azul temos algumas marcas que adoptaram nos velocímetros (fig.4): números à periferia em azul e a vermelho o ponteiro de indicação da velocidade mais importante para a visão.
Outras marcas adoptaram mostradores negros com caracteres brancos e ponteiros a vermelhos, por a periferia retina ser mais sensível ao fundo negro com caracteres brancos e ponteiros vermelhos por a parte central da retina ser mais sensível ao vermelho.

- Pára-brisas fragmentáveis.

- Faróis LED

- Air bag

- Sistemas infra-vermelhosVisão nocturna

- Faróis em plastico (fragmentáveis ao atropelamento)

- Cockpit Ergonómico

- Lentes polarizadas:
Consoante a posição da cabeça do operador, podem bloquear os planos de vibração de luz permitida pelo pára-brisas, interferindo na visualização dos mostradores (instrumentos, rádios,..) e eliminando informação digital, sobretudo se o mostrador for nocturna verde com dígitos a negro.

A luz natural, é uma luz não polarizada, que vibra de forma ondulatória e em todas as direcções.

Quando colocamos um filtro polarizado, este só vai permitir passar a luz na direcção para a qual esse filtro estiver direccionado.

A intenção do uso das lentes polarizadas é a intenção da eliminação da radiação ultra-violeta tipo A até aos 400nm (SkyPol da ZEISS).

O uso de lentes polarizadas poderá ter o inconveniente, quando o operador usar este tipo de lentes com outros sistemas polarizados como mostradores de rádios, pára-brisas dos automóveis (apresentando irregularidades), mostradores, etc.

Dependendo a eliminação da informação da direcção da polarização. (fig.3)

- As Lentes fotocromáticas mudam de tonalidade do claro para o escuro e vice-versa. Este tipo de activação é dada através dos raios Ultra-Violetas quando escurecem ou pela ausência quando aclaram.

Actualmente existem duas versões: Transition VII e Xtractive. TrantisionVII para utilizadores que passam mais tempo em interiores.

Não escurecem dentro dos veículos automóveis devido aos vidros do pára-brisas terem componentes de chumbo.

Em países com temperaturas elevadas ou demasiado baixas, também não “respondem” ao escurecimento total como acontece nos países das zonas temperadas.

As Xtractive são mais voltadas para utilizadores que passam mais tempo no exterior, escurecendo ligeiramente mais que as lentes com TrasitionVII, continuando a ter uma ligeiramente coloração em interiores.

No interior dos veículos automóveis acabam por escurecer, praticamente como o que acontece com as lentes com TrantionsVII no exterior numa situação de céu nublado.

Não estão dependentes das altas temperaturas como acontece com as lentes com Transitions VII , escurecendo mais que estas.

Além destas lentes existem outros matérias fotocromáticas como as capas PhotoFusion da ZEISS ou Sensity da Hoya entre outras.

Segundo a Autoridade Federal Alemã de Aviação, o uso de lentes fotocromáticas, ou polarizadas para pilotos de aviões é completamente desaconselhado.

O uso de lentes amarelas está contra-indicado na visão nocturna, por diminuírem em cerca de 10% a acuidade visual.

Na condução automóvel, as lentes devem proporcionar uma boa visão dentro do habitáculo, e para fora através do pára-brisas e espelhos de acordo com a idade do condutor.

Tanto quanto possível devem evitar o deslumbramento provocado pela luz natural, ou luzes exteriores, como os faróis de Xénon e LEDS.

- Entre os principais fabricantes de lentes que Fig. 1 obedecem a estas características destacamos: Zeiss Drive Safe, Varilux Road Pilot e Enroute Hoya.

As lentes Varilux Road Pilot Xperio são as lentes mais eficazes para conduzir, no entanto são lentes polarizadas.

O filtro polarizante é combinado com uma coloração especial acastanhada, para produzir maior efeito sobre os contraste, a percepção das cores, elimina o brilho ofuscante e minimiza os reflexos.

Conselhos para o condutor de automóveis que tenha de usar óculos: Opte por armações com aros na zona temporal para não obstruir a visão lateral.

Algumas sugestões para os condutores:

- Se sentir esforço ocular, sensibilidade à luz, ao brilho e aos reflexos, deverá consultar o seu especialista.

- Os condutores com óculos correctores ou lentes de contacto devem ter um par de óculos de reserva no automóvel.

- Limpe cuidadosamente as lentes e o pára-brisas para reduzir a reflexão das luz.

- Quando o sol brilhar, proteja os olhos das luz intensa  com uns óculos de sol (classe 3, no máximo).
Só as lentes polarizadas evitam eficazmente a ofuscação, sendo também perfeitas para o nevoeiro ou paras os efeito do piso molhado.

- Sistema GPS

- Telemóveis

- Sistema Distronic Plus

- Sistemas anti-Sono

- Cintos de segurança

 

 

Fig. 1

 

 

Fig. 2

 

 

Fig. 3

 

 

Fig. 4

 

 

Fig. 5

Autore(s)

Instituto Oftalmológico Dr. Gama Pinto. Lisboa, Portugal

(Direção de Serviço: Luísa Santos)

Primeiro Coordenador do Grupo Português de Ergoftalmologia